Um dos assuntos mais comentados no momento é o desaparecimento do voo MH370 da Malaisya Airlines. Entretanto, apesar de todas as teorias circulando para explicar o que pode ter acontecido, a verdade é que ninguém sabe dizer como é que um Boeing cheio de gente foi desaparecer assim, sem deixar vestígios. Aliás, uma das questões mais intrigantes sobre o caso é como é que uma aeronave desse porte pode sumir dos radares.
COMO É FEITO O MONITORAMENTO:
Os controladores de voo acompanham essas aeronaves através de dois tipos de radar: um primário e um secundário. O primeiro tipo, baseado nos primeiros radares desenvolvidos na década de 30, permite que a posição do avião seja determinada através da análise de sinais de radiofrequência que são enviados e, então, “rebatidos” pela aeronave.
Já o segundo tipo, o radar secundário, além de receber informações sobre a identidade e a altitude de cada avião, analisa outras informações de voo que são enviadas por um equipamento instalado no interior da aeronave, o famoso Transponder. Tanto os dados obtidos através dos radares primários como dos secundários são recebidos por estações instaladas em terra, e elas têm um alcance de aproximadamente 320 quilômetros cada uma.
FORA DO AR:
Isso significa que as aeronaves que fazem rotas transoceânicas desaparecem dos radares temporariamente, embora isso não queira dizer que ninguém saiba onde elas estão durante o transcurso da viagem. Os aviões seguem planos de voo pré-definidos, portanto, é esperado que eles passem por determinados pontos dentro de intervalos de tempo específicos.
Para que o acompanhamento seja realizado nesses casos, a tripulação deve enviar relatórios ao controle de tráfego aéreo informando a hora exata, posição geográfica e nível de voo, assim como informações sobre o progresso da viagem. Isso é feito através de uma combinação de sinais de rádio de alta frequência e comunicação por voz via satélite.
Além disso, existe ainda um sistema digital chamado ACARS — de Aircraft Communications Addressing and Reporting System — que permite a “conversa” entre os computadores das estações em terra e os das aeronaves. Os dados são transmitidos por meio de mensagens simples e curtas através de satélite ou rádio e podem incluir informações sobre o voo que vão desde o desempenho de sistemas e motores até a presença de um banheiro entupido.
INTERFERÊNCIA:
Além da eventualidade de estar fora de alcance, outra situação na qual as aeronaves podem desaparecer temporariamente dos radares é quando elas voam a baixas altitudes, e a presença de cadeias montanhosas e outras formações geológicas também pode interferir na detecção, assim como a própria curvatura da Terra. No entanto, quando os aviões falham em enviar os dados necessários aos controladores de voo, então um alerta é emitido.
Nos ataques de 11 de setembro nos EUA, além de desligarem os Transponders dos aviões sequestrados — e assim interromper parte da comunicação com o controle de tráfego aéreo —, os terroristas fizeram com que as aeronaves voassem abaixo da altitude ideal.
GPS:
Você já se perguntou por que é que as aeronaves não são monitoradas através de aparelhos de GPS — que são muito mais modernos do que os sistemas de radar criados há décadas? Na verdade, elas até poderiam ser caso a rede mundial de controle de tráfego aéreo não estivesse baseada quase que completamente no acompanhamento por radar.
Os pilotos até conferem suas posições nos mapas através de GPS presentes nos aviões, mas essas informações normalmente não são compartilhadas com os controladores em terra. Isso sem falar que lidar com o enorme volume dados gerados durante um voo é bastante caro. Nesse sentido, a Administração Federal da Aviação dos EUA espera substituir o sistema atual por um sistema de rastreio via satélite chamado NextGen, muito mais moderno e seguro.