“Acredito que seja um erro tentar definir o que é a vida, pois nós temos somente um exemplo, a da própria Terra. Pode ou não existir formas desconhecidas de vida espaço afora”, disse Carol Cleland, cientista da Universidade do Colorado.
Aristóteles fez a primeira tentativa de definir a vida, a descrevendo como algo que cresce, se mantém e se reproduz. Mas essa definição exclui as mulas, que são estéreis, enquanto inclui coisas como o fogo, por exemplo.
Caracterizá-la como algo que tem o metabolismo, habilidade de consumir energia para se mover, e excretar resíduos também não é uma boa definição. Carros podem fazer isso, por exemplo.
Em 1944, o físico Erwin Schrödinger definiu a vida baseando-se na segunda lei termodinâmica, que diz que a entropia, ou desordem, de um sistema fechado aumenta ao longo do tempo. Schrödinger a definiu como algo que diminui ou mantém a sua entropia. No entanto, esta definição não é correta porque inclui os cristais, que resistem a entropia formando retículos altamente estruturados.
A vida na Terra é normalmente dividida em dois grupos principais: as formas de vida celular, que incluem árqueas, bactérias, plantas e animais, e formas de vida não celulares, como os vírus.
Encontrar uma boa definição para a vida pode não ser tão importante, disse o astrobiólogo Chris McKay, da NASA. É muito melhor ter uma ideia do que a vida é feita, segundo ele. Hoje, sabemos que a vida é formada por moléculas orgânicas complexas.
Caracterizar a vida é de suma importância para identificá-la em outros lugares do universo, uma possibilidade que agora existe além do domínio da ficção científica. McKay disse que, se existe vida em algum outro lugar, seria um sistema material evoluindo através de mutações, reproduções e da seleção natural, algo não muito diferente daquilo que chamamos de vida na Terra.